ANCINE participa de debate no Anima Forum acerca dos mecanismos de financiamento da animação brasileira

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Nesta quarta-feira, dia 25/07, o Diretor-Presidente da Ancine, Christian de Castro, participou de uma mesa redonda no Anima Fórum, onde falou sobre os mecanismos de financiamento para o segmento, expondo dados sobre animação brasileira no cinema e na TV. Ele destacou os investimentos recentes do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para projetos de animação, além de apresentar as linhas do Fundo atualmente abertas a projetos dessa natureza.

O diretor-presidente chamou atenção ao fato de que, apesar do reconhecimento artístico internacional, do alto potencial criativo e do aumento para 20% no market share de animações brasileiras na produção audiovisual total, o mercado nacional ainda é considerado fragmentado e pequeno.

Ao expor os dados sobre os resultados de mercado nos últimos anos, Christian mostrou que ainda não há uma política consistente para o segmento de animação no cinema e que, apesar do notável crescimento no número de lançamentos, ainda há uma grande desconexão entre produtores e distribuidores. Essa falta de conexão é refletida nos baixos investimentos em comercialização das obras e nos baixos resultados de público e renda. Por outro lado, em relação à TV paga, com a lei 12.485, o crescimento do segmento de animação na TV paga tem sido bem mais consistente, tanto no número de obras apresentadas, quanto na possibilidade de exploração comercial das obras, seja a partir da exportação dos produtos ou por meio do licenciamento para games e outras plataformas.

Ao falar sobre financiamento, Christian lembrou que o FSA está em um momento de transição de uma lógica de valorização de projetos para o de valorização de empresas. Isso não significa, porém, deixar de investir em projetos de novos entrantes – importantes para a inovação e renovação de linguagem – por meio dos editais seletivos. Ele apontou que estão sendo analisadas algumas particularidades em relação à pontuação de projetos de animação, que demoram mais a ser feitos, e por isso os editais poderão ter os termos ajustados nos próximos anos.

Finalizando, Christian apontou a importância do investimento em formação e capacitação técnica e gerencial, que será viabilizado pelo FSA a partir de parceria com o Centro Técnico Audiovisual (CTAV).

Também participaram do debate, a gerente do departamento de cultura do BNDES, Fernanda Farah e os produtores Letícia Friedrich (Boulevard Filmes) e André Breitman (2D Lab). Foram apresentadas formas de financiamento de projetos de animação no Brasil, tanto de projetos mais artísticos, quanto de mercado, além de apontar a importância do crescimento e alcance da independência financeira para a saúde das mesmas.

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